quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Os Sonhos Não Envelhecem
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Sigmund Freud nasceu em Freiburg, na Morávia, em 1856, súdito dos Habsburgo, uma dinastia que governava a Áustria e parte considerável da Europa Central, a Mittel Europa, desde o século XIII. A família dele transferiu-se para Viena ao redor de 1860, quando ele tinha quatro anos de idade. A capital do Império Austro-húngaro, a feérica Viena, naquela época, em população, somente perdia para Paris, mas rivaliza com a cidade-luz como grande centro de atração artística, cultural e intelectual. Foi nesse meio cosmopolita, sofisticado e culto, que Freud, entre 1890 e 1900, criou a psicanálise.
Psicanálise é a ciência do inconsciente .Um método de investigação, que consiste essencialmente em evidenciar o significado inconsciente das palavras, das ações, das produções imaginárias (sonhos, fantasias, delírios) de um sujeito.
O Mal estar da civilização
Em O mal estar da civilização, Freud chegou a conclusão que o indivíduo não pode ser feliz na civilização moderna. Ao refletir sobre o propósito da vida , ele conclui que o objetivo da civilização não é a felicidade, mas a renúncia a ela.
Espero que gostem da leitura!
Mais sobre Freud e o livro escolhido desse mês vocês encontram no link : http://filosofonet.wordpress.com/2007/09/25/o-mal-estar-na-civilizacao-moderna
terça-feira, 23 de agosto de 2011
We are the world
Ainda no clima das crônicas, uma deliciosamente irônica que li nos idos de mil novecentos e noventa e poucos.
O Povo
Não posso deixar de concordar com tudo o que dizem do povo. É uma posição impopular, eu sei, mas o que fazer? É a hora da verdade. O povo que me perdoe, mas ele merece tudo que se tem dito dele. E muito mais.
As opiniões recentemente emitidas sobre o povo até foram tolerantes. Disseram, por exemplo, que o povo se comporta mal em grenais. Disseram que o povo é corrupto. Por um natural escrúpulo, não quiseram ir mais longe. Pois eu não tenho escrúpulo.
O povo se comporta mal em toda a parte, não apenas no futebol. O povo tem péssimas maneiras. O povo se veste mal. Não raro, cheira mal também. O povo faz xixi e cocô em escala industrial. Se não houvesse povo, não teríamos o problema ecológico. O povo não sabe comer. O povo tem um gosto deplorável. O povo é insensível. O povo é vulgar.
A chamada explosão demográfica é culpa exclusivamente do povo. O povo se reproduz numa proporção verdadeiramente suicida. O povo é promíscuo e sem-vergonha. A superpopulação nos grandes centros se deve ao povo. As lamentáveis favelas que tanto prejudicam nossa paisagem urbana foram inventadas pelo povo, que as mantém contra os preceitos da higiene e da estética.
Responda, sem meias palavras: haveria os problemas de trânsito se não fosse pelo povo? O povo é um estorvo.
É notória a incapacidade política do povo. O povo não sabe votar. Quando vota, invariavelmente vota em candidatos populares que, justamente por agradarem ao povo, não podem ser boa coisa.
O povo é pouco saudável. Há, sabidamente, 95 por cento mais cáries dentárias entre o povo. O índice de morte por má nutrição entre o povo é assustador. O povo não se cuida. Estão sempre sendo atropelados. Isto quando não se matam entre si. O banditismo campeia entre o povo. O povo é ladrão. O povo é viciado. O povo é doido. O povo é imprevisível. O povo é um perigo.
O povo não tem a mínima cultura. Muitos nem sabem ler ou escrever. O povo não viaja, não se interessa por boa música ou literatura, não vai a museus. O povo não gosta de trabalho criativo, prefere empregos ignóbeis e aviltantes. Isto quando trabalha, pois há os que preferem o ócio contemplativo, embaixo de pontes. Se não fosse o povo nossa economia funcionaria como uma máquina. Todo mundo seria mais feliz sem o povo. O povo é deprimente. O povo deveria ser eliminado.
Luís Fernando Veríssimo